A DQO é um ensaio muito solicitado no cotidiano do laboratório devido a sua relação com a DBO (demanda bioquímica de oxigênio), pois exerce significativo impacto na avaliação dos tratamentos de águas residuais (efluentes) e condição dos corpos hídricos naturais (rios, lagoas, mar).
De maneira didática, gostamos de chamar a DQO de “toda a parte química” da amostra (que é oxidada durante o processo de ensaio em alta temperatura), enquanto a DBO seria o equivalente “biológico” desta mesma quantificação (ou seja, a parte que os microrganismos conseguem consumir e biodegradar).
Um ponto muito importante deste ensaio é sua quantificação usando a metodologia correta: A maioria dos laboratórios costuma utilizar KITs colorimétricos para fazer a DQO (o que é inclusive permitido pelo SMWW 23rd – norma internacional de analises de água), pois são práticos e reduzem muito o tempo de preparo de reagentes e riscos ao analista. O procedimento utilizando estes “KITS” normalmente segue a metodologia de “refluxo fechado” (SMWW 23 rd – 5220 C). No entanto, esta metodologia tem seus limites! A norma oficial deixa claro que só podem ser liberadas DQOs por KITs colorimétricos acima de 50 mg O2/L. Se for necessário encontrar valores menores, precisamos modificar o método oficial (ou seja, criar validações internas) ou aplicar outro procedimento mais sensível – que no caso – seria o “refluxo aberto” (SMWW 23 rd 5220 – B).
Fique atento aos métodos e limites reportados nos relatórios de ensaios. Uma DQO e sua correta interpretação tem impacto direto da DBO que depois será mandada ao órgão ambiental responsável. Muitas vezes, um método oficial devidamente confirmado (como o SMWW – Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater) ou mesmo validado (método interno) pode trazer muito mais confiança e segurança ao seu resultado.
AUTOR: André R. do Prado – Gestor Técnico de Clássicos